Projeto Brincadiquê? se prepara para atuar em outros estados brasileiros
O projeto Brincadiquê? Pelo Direito ao Brincar, desenvolvido pela Rede Marista de Solidariedade, por meio da área de Assessoramento do Centro Marista de Defesa da Infância, encerrou suas atividades na última terça-feira (19) com a formação “Arte da música em movimento”. A temática foi conduzida pelo “músico brincante” Estevão Marques, que desde 1999 pesquisa diversas manifestações populares no campo da música, da dança, dos contos e das brincadeiras. Além dos estudos, Marques tem um grupo musical chamado Triii, que mistura música e contação de histórias, colaborou com artistas como Chico Cesar e com os grupos Barbatuques e Palavra Cantada.
Durante a formação, Estevão estimulou os participantes presentes a usarem o próprio corpo para produzir sons, ritmos e músicas. Segundo ele, o corpo humano é o instrumento mais natural do sujeito, e, por isso, deve ser trabalhado antes dos instrumentos“convencionais”. Além disso, é o mais acessível de todos, permitindo aos educadores desenvolver diversos aspectos fundamentais da educação musical na criança, sem necessidade de muitos recursos materiais. Os presentes também tiveram a oportunidade de produzir música com instrumentos fora do comum, como colheres e copos, acompanhados por reco reco, tambor, cavaquinho e muita dança.
As formações do projeto Brincadiquê? Pelo Direito ao Brincar, que conta com o apoio da Rede Conveniada de Educação Infantil e da Rede de Acolhimento Institucional de Curitiba, tiveram início no mês de setembro e abordaram temáticas escolhidas a partir da experiência da Rede Marista e em documentos oficiais que indicam focos essenciais para a garantia desse direito. Dessa forma, chegou-se às cinco formações que totalizaram 40 horas de formação: Jogos, brinquedos e brincadeiras; Participação dos adultos nas brincadeiras; Criança, família e o direito ao brincar; Organização de espaços para o brincar e brinquedos; e Arte da música em movimento.
A analista de assessoramento do Centro de Defesa e coordenadora do Brincadiquê?, Sheila Pomilho, acredita que o projeto tenha contribuído significativamente para o reconhecimento do Direito ao Brincar dentro das instituições participantes. “Os encontros resultaram na inclusão de projetos coletivos sobre a temática nas Instituições participantes; no conhecimento sobre o Direito ao Brincar como um processo cotidiano de descobertas, na disseminação da garantia da qualidade e quantidade de materiais lúdicos e brinquedos nas Unidades e no acesso a pesquisas teóricas e cursos sobre o Direito ao Brincar para o grupo de multiplicadores”, relata a coordenadora.
Guilherme Marques, pedagogo do CEI Castelinho do Saber que participou das formações, concorda com Sheila e afirma que já começou a colocar em prática as vivências do projeto. “Cheguei ao primeiro encontro sem muitas expectativas. Por isso, fiquei surpreso e encantado com as aprendizagens das formações. O contato com o teatro de sombras, a customização de roupas, a elaboração de bonecos de pano, a utilização do nosso corpo como potencial musical, estas “mirabolâncias” mexeram no meu ser educador e já ecoaram em minha unidade. Quero continuar aprendendo a brincar brincando e redescobrir a brincadeira de cada dia”, conta Guilherme.
Apesar de ter encerrado este conjunto de formações, o projeto Brincadiquê? Pelo Direito ao Brincar retorna em 2014 com novas ações, mas, dessa vez, contemplando os estados de Minas Gerais e São Paulo.