Projeto Territoriar entrega primeiros espaços escolares ressignificados no Paraná
No dia 27 de junho, o Centro Marista de Defesa da Infância, da Rede Marista de Solidariedade, realiza em Colombo (PR) o evento de finalização das atividades do Projeto Territoriar no município. Na ocasião, as três escolas participantes receberão documentos com as produções desenvolvidas durante o percurso formativo do projeto com o objetivo de contribuir para a sustentabilidade das ações. O evento acontecerá às 14h no Auditório da Universidade Aberta do Brasil e também marcará a entrega dos espaços ressignificados de cada escola.
Com base nas diretrizes do Plano Nacional de Educação (PNE-MEC) o objetivo do projeto é contribuir com a qualificação da educação pública por meio da ressignificação de espaços educativos ao considerar as especificidades de cada criança e território. Para isso, são criados Comitês Multidisciplinares em todas as escolas, com a participação de crianças, familiares, educadores, gestores, voluntários, representantes da Secretaria Municipal de Educação e demais instituições do Sistema de Garantia de Direitos. A iniciativa é desenvolvida em 15 escolas públicas do primeiro ciclo do Ensino Fundamental em 07 cidades dos Estados de Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e São Paulo.
Em Colombo, as três escolas participantes do projeto são: Escola Municipal Barão de Mauá, que teve o seu parque e a área de convivência ressignificados; a Escola Municipal Carlos Fontoura Falavinha, que definiu a área de convivência e a biblioteca para intervenção do projeto; e a Escola Municipal João Batista Stocco, que optou pelo parque, duas salas de aula e o refeitório.
Um dos espaços ressignificados na Escola Municipal João Batista Stocco, que atende 640 crianças de 5 a 12 anos, foi o parque. A área escolhida recebeu brinquedos para todas as idades e possibilitou o acesso a um bosque. Espera-se que com esta intervenção, o ambiente incentive novas práticas metodológicas pelos educadores e educandos, onde se alie o lúdico ao ensino-aprendizagem, tornando-o instigante, desafiador e prazeroso.
“O projeto nos motivou para que conseguíssemos fazer essas modificações e atender o pedido das crianças, que contribuíram com opiniões do que faltava na escola. A intervenção do projeto não foi só na área física, mas também na nossa prática pedagógica. Com as formações, tivemos conhecimento de novas brincadeiras, atividades e conteúdos importantes para o desenvolvimento das nossas crianças. Com esta intervenção, o ambiente vai nos permitir novas práticas metodológicas, que aliam o lúdico ao ensino-aprendizagem, tornando-o instigante, desafiador e prazeroso”, revela a diretora Sandra Maria Carvalho de Oliveira.
A coordenadora do projeto, Bárbara Pimpão, conta que durante o ano de 2015 os comitês participaram de momentos formativos, pesquisas e novas metodologias para o planejamento da ressignificação dos espaços educativos de suas escolas que respondam a concepção de uma cultura de espaços enriquecedores de aprendizagens. Tiveram o auxílio e apoio de profissionais como a arquiteta, urbanista e consultora do MEC, Beatriz Goulart, que falou em um dos seminários sobre a arquitetura escolar e os territórios educativos.
“Tradicionalmente, temos um padrão de arquitetura escolar pensado só por quem projeta e que, na maioria das vezes, não é o que mais favorece a aprendizagem. Neste projeto tudo foi feito a muitas mãos, colaborando desta forma para a criação de espaços que favorecem o convívio e o aprendizado coletivo. O fato de colocar todos para refletir sobre os currículos e suas relações qualificou toda a comunidade escolar”, enfatiza a arquiteta.
Ambientes prioritários
Nas 15 escolas públicas participantes do projeto, os espaços indicados como prioritários para serem ressignificados foram: 31% área para lazer e convivência; 23% biblioteca; 19% pintura (cores vivas, ambientes mais atrativos); 6% salas de aula (dinâmicas, lúdicas e com mobiliários diferenciados); 6% pátio (espaço que favoreça o brincar e a convivência); 6% tenda/quiosque (espaços cobertos para atividades; e 3% sala multiuso.
“No desenvolvimento do projeto, levamos em consideração a convivência, a humanização, a ludicidade, a investigação e o sentimento de pertencimento territorial. Por ser realizado em diversos territórios brasileiros, a cultura local de cada um deles, com suas individualidades e características, foi considerada e contribuiu com a qualidade e organização dos ambientes educativos das escolas. Procuramos proporcionar um espaço participativo, dialógico e articulado para que as experiências vividas permaneçam na comunidade educativa por meio da constituição de Comitês que podem dar continuidade de acordo com suas propostas”, finaliza a coordenadora do projeto.