Centro Marista de Defesa realiza oficinas sobre participação cidadã na adolescência


Rafael Teixeira 29/06/2021

O Centro Marista de Defesa da Infância realizou oficinas sobre participação cidadã com 67 adolescentes de uma escola pública e centros educacionais, sociais e colégios Maristas. O objetivo foi discutir com os participantes o conteúdo previsto no próximo Informe Temático da Plataforma CADÊ Paraná, “Participação de Crianças e Adolescentes: um exercício de cidadania ativa”, a ser lançado no segundo semestre deste ano.

As oficinas abordaram temas sobre o que é ser adolescente, seus direitos e desafios para a participação cidadã na adolescência. Na Escola Estadual Santos Dumont a formação foi presencial, realizada em parceria com o CEPAT – Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores.  Nos centros educacionais, sociais e colégios Maristas, os encontros foram virtuais, mediados para jovens de São Paulo, Paraná e Santa Catarina em parceria com a DEAS – Diretoria Executiva de Ação Social.

A perspectiva de participação cidadã adotada para a atividade entende que é preciso fortalecer o olhar sobre a adolescência de modo a criar novas oportunidades para o seu desenvolvimento saudável. Ou seja, se discutiu a adolescência enquanto categoria social – com significados próprios, experiências e trajetórias marcadas pela intensidade e pela necessidade de explorar o mundo. O objetivo foi criar alternativas aos conceitos mais comuns que entendem a adolescência apenas como uma etapa de crise, enaltecendo as oportunidades de uma fase cheia de expectativas e motivação para mudanças. As identidades, as relações sociais e a construção gradativa da autonomia também foram debatidas.

A formação trabalhou, por exemplo, como as práticas coletivas de participação podem fortalecer a coesão de grupo e mudar realidades. Existem diferentes modos e formas de participação, seja na comunidade, na escola ou em espaços públicos instituídos. Todas constituem percursos de cidadania ativa e engajamento na sociedade. Neste viés, os marcos normativos internacionais, legislação e documentos nacionais, além de definirem diferentes estratégias de participação, estabelecem quais espaços públicos estão previstos e como a participação de adolescentes deve ser assegurada.

Os participantes tiveram a oportunidade de conhecer os principais documentos e problematizarem sobre a efetividade de seus direitos. Embora a participação seja um direito previsto, na prática ela acontece em formas e níveis diferentes. Uma perspectiva mais crítica, procura ultrapassar a condição de participação simbólica – em que os adultos demonstram a sua disponibilidade para ouvir as vozes de crianças e adolescentes – e alcançar patamares de partilha efetiva de responsabilidades nas tomadas de decisão. O desafio é reconhecer as potencialidades dessa fase da vida e superar o olhar paternalista para que possam exercer ativamente o seu direito.

Foram disponibilizadas referências para consulta de documentos complementares sobre o tema e desenvolvidas dinâmicas de escuta ativa e interação entre os participantes. Além da experiência de participação, foi evidente o sentido crítico que os adolescentes participantes reproduzem em temas do seu quotidiano. No entanto, a continuidade de iniciativas de aprendizagem sobre temas diversos relacionados aos direitos da criança e do adolescente no futuro apresenta-se como uma estratégia de fortalecimento da participação ativa na sociedade.